sexta-feira, 1 de abril de 2011

História da Fonoaudiologia no Brasil

Antes de começar a ponderar sobre a história da Fonoaudiologia no Brasil, é interessante entender do que esta trata: é a ciência que estuda a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, ao seu aperfeiçoamento e às suas alterações. Iniciou na América do Sul através da Argentina, principalmente da sua capital - Buenos Aires, tendo influência direta sobre o Brasil.
A Fonoaudiologia começou a ser difundida no Brasil na década de 30, quando a Medicina e a Educação consideraram que a profilaxia e outros erros de linguagem, devido à heterogeneidade do povo brasileiro daquela época, poderiam ser tratados juntamente com a ajuda de atividades pedagógicas. A partir daí nota-se que, seu surgimento deu-se, basicamente, por ser uma necessidade social, fazendo-a advir da prática e não da teoria.
            A profissão, porém, passou por diversos nomes até encontrar este atual. Primeiramente nasceu como Logopedia - estudo dos problemas da fala, da linguagem, da voz e da comunicação -, Terapia da Palavra/Fala, Ortofonia - estuda a pronúncia correta das palavras - e, por fim, nomeou-se como Fonoaudiologia. O curso, além disso, não aconteceu isolado, trabalhou, inicialmente com outras faculdades, como Medicina e Psicologia, até o momento em que encontrou seu espaço e importância mostrando-se individualmente capaz.
            Nos anos 60 aconteceu o inicio do ensino da Fonoaudiologia no Brasil com a criação de cursos em São Paulo no ano de 1961, tendo inicialmente a duração de um ano apenas. Tal situação só teve mudança no ano de 1964 quando passou a ter dois anos de duração. Atualmente o curso tem duração de quatro anos, possibilitando ao profissional, após graduado, trabalhar em vários setores da comunidade, visto que o papel do fonoaudiólogo na atualidade vem ganhando grande notoriedade e destaque.
            Essa ocupação veio a ser reconhecida, porém, somente na década de 70 quando aconteceram movimentos pelo reconhecimento dos cursos e da profissão. Em 1976 ocorreu a aprovação do primeiro currículo mínimo de Fonoaudiologia e no ano de 1977 foi criado o curso a nível bacharelado na Universidade de São Paulo (primeiro com funcionamento autorizado). Em 1980, começou a conhecer tempos mais favoráveis para si. Confirmou-se sua regulamentação através da Lei n°6965 – marcando 09 de dezembro como o dia do fonoaudiólogo. Em 1983, o Ministro do Trabalho instalou a Portaria 3017/83 que criou o primeiro Conselho Federal de Fonoaudiologia, órgão disciplinador e fiscalizador do exercício da profissão e do cumprimento das normas éticas. A partir daí, foram criados os Conselhos Regionais e houve o reconhecimento de fato e de direito da profissão. Congressos específicos na área também tiveram início neste ano. Aprovou-se o primeiro Código de Ética do Ofício em 1984 e houve a fundação da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) no ano de 1988.
Se a Fonoaudiologia começou como técnica, com dogmas e com explicações metafísicas do seu fenômeno, hoje, faz parte das Ciências de Comunicação, pesquisando a comunicação patológica, formando seus profissionais como modernos cientistas, estudando as suas próprias teorias que, através de estudos, levantaram pesquisas ao longo do século XX. Certamente levantará, no século XXI, novidades no intuito do aperfeiçoamento dos estudos já realizados, além de buscar fatos novos para o enriquecimento da profissão. Através dos conhecimentos acumulados ao longo desses anos na área, já é possível, atualmente, a compreensão da Linguagem, como um fenômeno biopsicossocial complexo em que cada grupo possui a sua própria linguagem com as suas peculiaridades, sendo o papel do fonoaudiólogo de extrema importância dentro da sociedade em que vivemos.
A Fonoaudiologia busca compreender filosoficamente, as diversas formas de linguagem e o ser humano em geral. Sendo assim, esta profissão que de inicio surgiu no Brasil para sanar um problema, devido aos diferentes modos de falar da população, hoje está presente em diferentes lugares ajudando na comunicação.


Referências Bibliográficas:
Slides da profª Lenisa Brandão